quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Indubitavelmente



Era nossa última vez...
A última conversa...
Meu último toque em tuas mãos...
Sentíamos o peso da batalha...

Eu sabia...
Deveria te deixar ir...
Não foi fácil
Amadurecer em uma noite...

Cheio de lembranças e presságios
Teu nome sussurrava
Esperava um milagre, tão incrédulo
Tão descrente...

Agora miro as estrelas para te encontrar
E busco conforto nas memórias
No céu azul e também ao luar

Mas havia a incerteza
Uma última vez te pedi a direção
E sabia que de alguma forma me estenderia a mão

Em um último ato
Me colocou nos trilhos (uma vez mais)
Trouxe o amor a um coração inatingível
Em tua última ação, meu velho
Tornou meu mundo mais visível

Não me assusto
Sei para onde voar
Te carrego no coração
Mais uma vez... Obrigado


Espero um dia te encontrar...

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Reação instável



É complicado falar
Conheço-te e desconheço-me
Sinto ser um cara de sorte
Confesso, às vezes a vida fica um pouco melhor
Principalmente depois que você chegou

Pratiquei todos os meus pecados
Talvez isso não me deixe ir
Enxergo em ti algo simples
Um pequeno pedaço de tudo que me faz sorrir

Fique um pouco mais
O sol não precisa nascer logo
Fico imaginando onde isso irá
Tudo o que desejamos
Tudo dito, um dia será cobrado

Talvez, em nada eu reflita a perfeição
Mas arriscaria tocar o céu mais uma vez
Não me importo de viver na noite mais escura
De alguma forma, sei que estará aqui

Agora, me abrace
Finja que tudo está bem
Podemos deixar os problemas antes da porta
Apenas se entregue
Deixe que te levo
Onde o teu pensamento planejava me encontrar

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Sagittarius a



Tenho transitado pelo metafísico
Além das estrelas
Transcendo a procedência de minha alma
Logo, ascendo ao infinito

Em minha evidência existe a essência de meu ser
Pode ser fácil mostrar
Mas não tente observar
O que a mente é incapaz de analisar

Sigo universo à fora
Trilhando caminhos de aço
Vendo em cada cicatriz uma nova história
História essa que desaparece perante a insignificância do tempo

Superficial de mais
O que me prende, me sufoca
O que você espera?
Além de nossa rota de colisão

Andando de mãos dadas com a noite
Voo livre como a primeira estrela
Em mão à contramão
Sobrevoo o infinito
Perco-me no horizonte
Desapreço em direção ao sol

É errado amar?
É errado errar e chorar?
Crescemos e morremos todos os dias
Diante a vastidão do universo invisíveis somos
Ao clarear de um novo dia
Já não estarei aqui

Como a gravidade
Sou invisível e real
Contemplo todos lugar
Avanço perecendo à condição humana
Esperando que o mundo gire
E eu me perca em mais um por do sol.

Indiretamente


Acordei assustado
Olhei o teu quadro
O sol ainda dormia

Me senti incomodado
Te senti ao meu lado
Um outro sonho que se foi

A noite passa lentamente
Mas jurava que você estava em minha mente
Sentia teu cheiro em mim
Mesmo de forma indireta
Naquele segundo você estava ao meu alcance 

Os anos passaram
As coisas mudaram
Evoluímos tanto a partir de um ponto em comum

Desde daquele beijo na janela
Águas profundas já me tomaram
Já fui e voltei
Me tornei um pouco daquilo que não pensava poder ser

Divergente, inconsequente
Até onde poderia voar uma vez mais?
Mas eu me senti feliz
Nostalgicamente encantado

Na verdade nunca fechei as portas
Por mais que já tenha tentado
As coisas sempre foram simples para nós
Te roubei um suspiro
E sorri por te ver sorrir
Parecia que nada havia mudado
Parecia que o mundo não havia girado

Agora alço voos distantes
Mas tu e tua dúvida ainda orbitam o meu ser
Talvez nunca te decifre
Talvez não possa te descrever
E tão pouco responder