quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Planando por aí


O silêncio irradia o pensamento...
Evidenciando a consciência que os dias me tomaram.
A água corre calmamente,
fazendo da paz um paraíso na terra.

Quem é o inimigo agora?
Vivemos por dias enfrentando a nós mesmos...

Estranhos vêm e vão...
Estranhos, viramos aos poucos,
construindo e desconstruindo
tudo o que parecia imutável

Dia após dia,
sol após sol...
O frio do inverno não congela essa condição.
Me sinto humano apenas por respirar...
Me sinto humano apenas por merecer...

Aos poucos o universo te dá de volta,
toda chance que um dia você deu à ele...
Mostrando a grandeza,
sem medo do que não te conhece.

Siga a estrela ao norte,
siga o sol até o horizonte,
siga até onde conseguir...
Essa estrada é feita
para que não se saiba onde ir.

Estamos um nível acima...
Planando junto ao vento...
Vivendo, não por viver,
errando, para então aprender.

Marchando

Sad girl cry mourning usa war soldier HD Wallpaper

Senti a esperança em meio a fumaça...
Nos dias de hoje, 
a poluição escondeu nossos pensamentos...
Alienando com palavras,
tornou superficial os sentimentos...

Seguro fortemente em minhas mãos
a glória manchada que penso ser ouro de verdade.

Tudo parecia perfeito ao nossos olhos...
Então o mundo simplesmente começou a girar,
e as estrelas que brilhavam...
Explodiram como bombas no céu.

O horizonte pintou-se em vermelho...
Tanto sangue já foi derramado,
o suficiente para colorir um céu.
E a única evolução que demonstramos ter
está forjada nas armas que um dia vão nos derrubar.

Parecia simples de mais,
navegar por aí sobre o mar azul.
Mas as coisas se complicaram
a medida em que vimos que apenas a fé
não poderia nos salvar.

Eu baixo a cabeça e aguardo,
talvez angustiado, ou até conformado.
Espero, sem saber o por que,
a terra prometida que vi desaparecer.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Transcendendo


Saímos um pouco hoje...
Tudo parecia tão leve e simples,
Lembro-me de quando dizia que teu sorriso
era o único labirinto onde desejava me perder.

Se são os momentos simples que fazem a vida,
por que não fazemos a nossa onde tudo parece estar em casa?
Mais do que o aqui e agora, hoje, tínhamos o eu e você.

Caminhando por aí sem um destino,
matamos o tempo sem pensar que ele poderia nos matar...
Tudo nesse universo transforma.
Bem entendo que o que sinto hoje, 
é maior do que havia ontem.

Falamos sobre estrelas e constelações,
imaginamos o limite do que não pode ser medido...
E a velocidade do que não pode ser alcançado...
Descobrindo que a paz, não depende de acordos ou tratados.

Esqueci de dizer que às vezes voo por aí,
aprendi demais com os erros e isso me motiva a evoluir...
Não no mal sentido, mas na essência da verdade,
na essência do que nos faz melhores.

Incrivelmente, o sol me acorda...
Encaro a realidade que me derrubas um pouco,
Sei que não estamos no aqui e agora,
ou tão pouco no eu e você.

As lembranças ensinam
da mesma forma que a liberdade cura.
Ambas são placas ao longo do caminho
indicando que estamos na direção correta.

Pensando agora, talvez não haja estrada certa,
ou tão pouco haja estrada...
Quem sabe caminho seja construído em nossas ações,
orientado apenas pelo bem que nos foi guardado.

Hoje você não está mais aqui,
ainda assim
sorri lembrando que tudo nessa vida se transforma.

Por apenas um dia


Tem sido fácil rir pelas coisas certas...
O tempo passa tão rápido,
deixando a incerteza
do que antes parecia certo.

Já não sei se a vida funciona como um ciclo...
E talvez a ordem natural
não esteja escrita, da forma em que pensávamos.

Talvez o rio siga o curso e logo eu entenda meu caminho aqui.
Mas e se, realmente não for isso? 
Tenho corrido por aí, quase voado, 
então tenho percebido que na maioria do tempo
tenho permanecido calado.

Escuto distante em minha mente...
Uma voz dizendo que não era para ser assim.
O eu de dez anos atrás não entende
que o tempo fere, 
e nós desaparecemos um pouco
quando deixamos de tentar.

Às vezes me pergunto se tenho crescido ou mudado...
Ou se o ato de crescer é simplesmente mudar.
O ponteiro do relógio não para de passar,
apesar de que ainda tenho muito tempo para gastar.

Não nos foi permitido o enganar, 
parar ou tão pouco o retomar.
Até que ponto iria poder chegar,
até onde iria me reconhecer?

Falo sozinho às vezes, 
não por insanidade,
talvez por medo.

As faces viradas e os espelhos que não me refletem...
Penso agora em todos os julgados que apenas pensaram em mudar.
Vejo o penhasco, mas não o temo,
sei que, como tudo, a vida também acaba.

Eis que me jogo...
Mirando a reta que deveria ser a chegada...
Então o vento me leva para longe,
me surpreendendo com o voo solo,
que em outrora não tinha conseguido arriscar.

Percebi que estava livre para realmente pensar...
Imaginar daqui até o horizonte...
Tenho visto em cada passo uma nova possibilidade,
aprendi da pior forma onde meu medo não pode me levar.