domingo, 21 de agosto de 2016

Rascunhos sobre uma breve tarde perfeita



Risadas fáceis e uma maré de sorte...
Ainda que tenha me desencontrado um pouco
Teimei em não fraquejar
Sorte a minha
Pois o universo surpreendeu-me ao te apresentar.

Hoje pela manhã,
Tão simples e silencioso,
Imaginei nosso "além" com passos na areia
E olhares que descreviam todos os capítulos
Dos livros que ainda estamos à escrever

Entendi melhor nossas noites atravessadas pelo amor
Resolvi deixar em tuas mãos, então
Toda confiança que lutei para colecionar...
Agora apenas fecho meus olhos para alcançar teu céu.

Admirava as estrelas dançando toda noite
Agora voo tão próximo a ti, e tão longe de tudo.
Descobri em mim mesmo 
O lugar em que estarei no momento em que você chamar.

Ninguém explica que a vida não deixa atalhos
E tão pouco avisa das surpresas espalhadas por aí
Ainda que o tempo corra rápido de mais...
Deixe que essa noite conte sua própria história
Adormeça, ainda estarei aqui quando o sol voltar.

Eu sei que o caminho parece assustador visto daqui
Mas segure minha mão, 
E guarde minha promessa promessa
Essa mesma, que pago com o coração

São sete horas.
Você caminha pela praia.
Eu observo, imóvel e incrédulo.
É tarde e o sol se põe no horizonte...
O dia está diferente, 
Avistamos bem o vermelho do sol poente...
Logo noto o vento que balança teus cabelos
E teu sorriso soa como poesia pura para mim.

Eu sei, 
Não é justo pular a jornada e pensar no final,
Mas nunca antes havia o imaginado
Não de corpo presente...
Aprendi sentindo teu cheiro...
Evoluí entendendo tua mente.


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O que é nosso? O que é da vida?

       
              O que somos? De onde viemos? Para onde vamos? Qual é o sentido de aqui estarmos?Algumas perguntas alimentam nossas mentes, outras o nosso ego. A questão é saber o questionamento correto e quando fazê-lo. Eu próprio muito questionei, muito debati e embora tenha pouca idade, penso agora que muitas foram às vezes em que o silêncio teria sido a melhor resposta, ou, até mesmo, a melhor pergunta. Diante às idas e vindas da vida, em algum momento, compreendemos que o aprendizado não está em entender, mas sim em vivenciar, que o potencial do ser humano não está no que se pode desenvolver, mas em nossa natureza, no fato de um bom humano poder ser. Quantas foram as vezes em que já ficamos à margem de nós mesmos pelo medo de atravessar o rio? Seguindo uma vida de escolhas superficiais e padronizadas, nos preocupamos em achar o grande amor à cada esquina, esquecendo que essa vida é uma viagem sem volta. De nada adianta que os pensamentos se libertem, uma vez que os mesmos não sejam capazes de se transformar, pois a liberdade não está no que se faz, mas sim em como nos sentimos enquanto fazemos. Essa desculpa de que nada se transforma é velha, não transcende nem mesmo as leis da física. Na verdade existe tempo para amar, para sorrir e até mesmo chorar, no entanto meu único desejo é que nunca nos falte tempo para sentir, que nunca falte tempo para tentar. Vejo que nossa inconsequente busca por mais do mesmo, nos faz o culpar o próprio tempo. Esquecemos de sua relatividade perante bons e maus momentos, no entanto, disso não me cabe falar, mal entendo, das questões que a vida me trás, mas na real... Quem entende? Não entendo a nossa necessidade em buscar a perfeição, mesmo sabendo que ela não pode estar em nossas mãos. Pelo amor acabei me deixar levar, sem procurar o que é perfeito em um olhar, mergulhei em olhos negros, como a noite, e de lá não espero voltar. Deixei de lado a velha história do padrão, do cedo de mais, do desconhecido de mais. Aprendi da melhor forma que a vida machuca e também cura, de que o amor não está no que damos ou recebemos, mas sim em quanto estamos dispostos a acolher, ceder e se entregar. Que não tenhamos mais medo de nos deixar levar, que um coração que se feriu não pense mais em ferir para se recuperar, que o ato de sentir fale mais alto do que calar. Espero que, para sempre, seja tempo de amar.