quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Gravado em um único olhar



Um dia o mundo gira lentamente à tua volta
Tu percebes o tanto que já percorreu
Tudo que antes teimava em permanecer
Agora é um aprendizado
História do tempo passado

Vidas talhadas em olhares
Momentos gravados em sorrisos
Caprichos que o universo não deixa passar

Talvez nem tudo tenha sido perfeito
Mas somente ao teu lado me sinto no paraíso
Diferente de tudo
Um pouco mais em paz

Distante apenas de corpo
Saiba que
Toda noite 
Peço para as estrelas te levarem meus pensamentos através da distância

Já disse que o tempo é eternamente nosso
E que a vida é feita de passado, presente e futuro
Escrevemos sorrindo, agora
Todas as páginas que antes teimavam em nos machucar

E o tempo que relutava em me ensinar a voar
Hoje já me permite enxergar
Todo o amor que você pode me dar
Acredite, vejo no teu olhar toda vida que deixei escapar.

domingo, 21 de agosto de 2016

Rascunhos sobre uma breve tarde perfeita



Risadas fáceis e uma maré de sorte...
Ainda que tenha me desencontrado um pouco
Teimei em não fraquejar
Sorte a minha
Pois o universo surpreendeu-me ao te apresentar.

Hoje pela manhã,
Tão simples e silencioso,
Imaginei nosso "além" com passos na areia
E olhares que descreviam todos os capítulos
Dos livros que ainda estamos à escrever

Entendi melhor nossas noites atravessadas pelo amor
Resolvi deixar em tuas mãos, então
Toda confiança que lutei para colecionar...
Agora apenas fecho meus olhos para alcançar teu céu.

Admirava as estrelas dançando toda noite
Agora voo tão próximo a ti, e tão longe de tudo.
Descobri em mim mesmo 
O lugar em que estarei no momento em que você chamar.

Ninguém explica que a vida não deixa atalhos
E tão pouco avisa das surpresas espalhadas por aí
Ainda que o tempo corra rápido de mais...
Deixe que essa noite conte sua própria história
Adormeça, ainda estarei aqui quando o sol voltar.

Eu sei que o caminho parece assustador visto daqui
Mas segure minha mão, 
E guarde minha promessa promessa
Essa mesma, que pago com o coração

São sete horas.
Você caminha pela praia.
Eu observo, imóvel e incrédulo.
É tarde e o sol se põe no horizonte...
O dia está diferente, 
Avistamos bem o vermelho do sol poente...
Logo noto o vento que balança teus cabelos
E teu sorriso soa como poesia pura para mim.

Eu sei, 
Não é justo pular a jornada e pensar no final,
Mas nunca antes havia o imaginado
Não de corpo presente...
Aprendi sentindo teu cheiro...
Evoluí entendendo tua mente.


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O que é nosso? O que é da vida?

       
              O que somos? De onde viemos? Para onde vamos? Qual é o sentido de aqui estarmos?Algumas perguntas alimentam nossas mentes, outras o nosso ego. A questão é saber o questionamento correto e quando fazê-lo. Eu próprio muito questionei, muito debati e embora tenha pouca idade, penso agora que muitas foram às vezes em que o silêncio teria sido a melhor resposta, ou, até mesmo, a melhor pergunta. Diante às idas e vindas da vida, em algum momento, compreendemos que o aprendizado não está em entender, mas sim em vivenciar, que o potencial do ser humano não está no que se pode desenvolver, mas em nossa natureza, no fato de um bom humano poder ser. Quantas foram as vezes em que já ficamos à margem de nós mesmos pelo medo de atravessar o rio? Seguindo uma vida de escolhas superficiais e padronizadas, nos preocupamos em achar o grande amor à cada esquina, esquecendo que essa vida é uma viagem sem volta. De nada adianta que os pensamentos se libertem, uma vez que os mesmos não sejam capazes de se transformar, pois a liberdade não está no que se faz, mas sim em como nos sentimos enquanto fazemos. Essa desculpa de que nada se transforma é velha, não transcende nem mesmo as leis da física. Na verdade existe tempo para amar, para sorrir e até mesmo chorar, no entanto meu único desejo é que nunca nos falte tempo para sentir, que nunca falte tempo para tentar. Vejo que nossa inconsequente busca por mais do mesmo, nos faz o culpar o próprio tempo. Esquecemos de sua relatividade perante bons e maus momentos, no entanto, disso não me cabe falar, mal entendo, das questões que a vida me trás, mas na real... Quem entende? Não entendo a nossa necessidade em buscar a perfeição, mesmo sabendo que ela não pode estar em nossas mãos. Pelo amor acabei me deixar levar, sem procurar o que é perfeito em um olhar, mergulhei em olhos negros, como a noite, e de lá não espero voltar. Deixei de lado a velha história do padrão, do cedo de mais, do desconhecido de mais. Aprendi da melhor forma que a vida machuca e também cura, de que o amor não está no que damos ou recebemos, mas sim em quanto estamos dispostos a acolher, ceder e se entregar. Que não tenhamos mais medo de nos deixar levar, que um coração que se feriu não pense mais em ferir para se recuperar, que o ato de sentir fale mais alto do que calar. Espero que, para sempre, seja tempo de amar.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Sobre as vontades do tempo


Sem querer encontrar outro ponto final,
me conheço um pouco mais ao te conhecer...

Imaturo, 
mutável 
e inconstante
ao teu lado gostaria de construir nosso mundo nada normal.

Não procuro mais um motivo para permanecer
uma vez que, contigo, vejo o melhor que posso ser.
Sabemos agora que nem toda história necessita rimar,
mas às vezes o tempo é perfeito mesmo sem desejar

Então eu fico assim, 
meio subentendido, 
meio atrapalhado,
desejando a cada encontro não ter feito do jeito errado.

Te capturei em um simples olhar,
me permiti sonhar, 
avistei o escuro do céu nos seus olhos
e nele decidi voar.

Sem saber qual é a tua,
mas necessitando de um sinal...
Ouvi o poeta cantar uma canção 
a qual nós já sabemos o final

Uma vez pedi ao céu, 
então o vento te trouxe...
Lembro daquela manhã, 
ainda que ela não deseje se lembrar de mim...

Então, hoje a chuva caiu.
Então, ainda sim o céu sorriu.
E tudo por aqui continua diferente.

Menina apenas deseje
que a noite nos torne crianças, 
e que a história nos transforme em estrelas...
Que nunca percamos a esperança,
que sempre tenhamos um ao outro para contar.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Leonis

Sem olhar para trás
dissemos adeus antes do último ato.
Te vejo desaparecer lentamente...
Caminhando através daquela noite, 
que para sempre durou.

Logo o tempo, tão indiferente,
agora desacelera e acelera até a velocidade da luz...
Uma eternidade se passou até então...
Tantos passos em uma só direção.

Observo as estrelas, como teu rosto.
Faço de minhas próprias palavras, lembranças...
Recordações de como nem sempre acaba bem.

Então como pássaros feridos, voamos...
Em contrapartida a tudo que, um dia, acreditamos.
Recebemos caminhos diferentes,
apesar de transparecermos pensamentos iguais.

O que é real?
Você parecia um pouco para mim,
mas toda virtualidade e superficialidade,
não te traz de volta...

Ultimamente tenho observado apenas meus passos...
Como aquela carta escrita na areia se apagou com a onda...
Você aos poucos se apagou.
Nem sempre da certo, é tudo o que se diz.
Nem sempre até logo, significa retornar outra vez.

Por aí



Tempo de esquecer,
de viver e reviver.
Seguir nossa natureza...
Inventar uma outra visão.

Cada grande ensinamento passado...
Cada grande história escrita...
Às vezes é difícil viver sem transparecer.

Procurar por ai o que está dentro de nós?
Que ideia errada temos de onde viemos e para onde vamos.
Você vive aquilo que é,
mas tudo aquilo que poderia ter sido pode mesmo corroer aos poucos.

Errados e certos,
corremos por aí temendo o céu azul...
Todo pensamento lógico desmontado como aquele átomo...
Se dividindo e expandindo...

Veja o horizonte
e nossa luta constante para chegar até ele...
Tudo tão calmo lá encima,
lembra de como o silêncio costumava nos assustar?

Os dias correm...
Talvez o tempo acabe falando por nós,
talvez ele fale por tudo aqui.
Eu acabei entendendo,
para onde vai toda vida...
E de onde ela mesma consegue vir...
Está dentro de nós,
onde sempre deveria ter estado, 
onde sempre deveríamos procurar primeiro.

Entre estrelas



Caminhávamos de mãos dadas com a vida,
sem tempo a perder, com o mundo a ganhar.
Vivíamos como se não houvesse fim...
Padecemos antes mesmo de o aceitar...

Na velocidade da luz vamos e viemos...
Na velocidade do amor, conhecemos e confiamos.

A condição humana, falha por natureza,
não me ajuda a enxergar.
Já eu...
Imperfeito pelo fato de apoia-lá...
Sigo seus passos,
procurando uma outra explicação para o universo.
Arrastando através do buraco negro,
toda fé que teima em me cegar.

Por um momento esqueço-me da vida e de como ela é...
Perco-me por aí, em meio às estrela...
Sem me preocupar com o tempo que me é roubado.
Aqui de cima reconheço o infinito
e toda eternidade que um dia ansiei em aceitar.

Assustei-me ao encarar a idade
a crescer e entender a tal maturidade.
Hoje me vejo em direção ao voo solo,
radiante de mais para pensar em voltar,
inseguro de mais para não repensar.

Lembro-me das histórias e da simplicidade...
Coisas simplórias, que traziam a felicidade.
Hoje, as causas mudaram...
Daquelas velhas lembranças, ficou a saudade.

Desistir de desistir?
Talvez seja o começo...
O retrocesso da paz
e o fim do sossego.

Minha fé é diferente, une a razão, ciência e o tempo presente...
Por certo que observo, nunca me foi dado o dom da paciência.
Mas nas noites por aí, prezo por um mundo harmônico,
que tem como única arma a sabedoria da consciência.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Que sejamos fortes


Ligado ao universo,
escondido entre as estrelas...
Procurando outro sistema por aí.
Separando-se, simplesmente, para explodir.

Entende como funciona?
Em intimo com a noite vivemos...
Com o vento, como poeira...
Desaparecemos.

O tempo é o que se foi...
Equalizado através dos corações.
As histórias que a intimidade irreal nos fez deixar para lá,
transformaram em partículas superficiais 
toda capacidade de amar.

Que sejamos fortes o suficiente até o sol voltar.

Antes de dividir teu espaço, tempo e relatividade, 
entenda tua essência de forma intensa, 
saiba observar a infinidade de consequências escondidas
no eterno milésimo das decisões que te regem.

Imagine o que há por aí
o brilho dos teus escuros olhos me faz querer voar...
Tenho voltado e mergulhado
fundo de mais para poder contar.